FISIOTERAPIA PÉLVICA

Exercícios podem melhorar saúde íntima e sexual da mulher

A

lgumas mulheres ainda têm receio ou vergonha de dar uma ‘atençãozinha’ a mais para a sua região íntima. E mal sabem elas que os cuidados com essa área não só ajudam na prevenção e tratamentos de diversas doenças e disfunções pélvicas, como também pode melhorar a vida sexual feminina.

Ainda não entendeu do que estamos falando? Sabe aquelas dores durante a relação sexual, enfrentar uma incontinência urinária ou ter que ir diversas vezes ao banheiro durante o dia e à noite? Tudo isso pode comprometer a qualidade de vida das mulheres, e além de ir ao ginecologista todos os anos, pode ser que você precise incluir a fisioterapia pélvica na sua rotina de cuidados com o corpo.

A fisioterapeuta, Carlyanne Rodrigues, explica que compreender como é formada nossa região íntima e a sua função no corpo trará, inegavelmente, uma qualidade de vida para mulher e também para o homem.

Segundo ela, as funções desses músculos tão importantes e envolvem desde garantir a continência e o esvaziamento como contribuir para a sustentação e proteção dos nossos órgãos, além de ajudar na resposta sexual.

Publicidade

Publicidade

“Ou seja, esses músculos não nos deixam perder urina, fezes e gases. Por outro lado, se tiver um assoalho pélvico que não relaxa, pode ter dificuldade para urinar, evacuação e eliminação de gases, e ter a famosa constipação”, descreve algumas disfunções, lembrando que a fisioterapia pélvica pode tratar também dor pélvica, bexiga hiperativa, pré e pós operatório de câncer ginecológico, ausência de orgasmo, entre outros.

Carlyanne destaca ainda que as mulheres acometidas pela endometriose podem se livrar das dores crônicas com a fisioterapia pélvica, além de aliviar os demais sintomas da doença que envolvem perda de urina, retenção urinária, e até mesmo dor durante a relação sexual.

E se você em algum momento só relacionou essa especialidade a questões sexuais, a fisioterapeuta ressalta que é necessário desmitificar esse assunto. “É claro que a parte sexual é de extrema importância, mas a fisioterapia pélvica não se resume apenas nisso. Então vamos, mais uma vez, esclarecer: ‘meninas, fisioterapia pélvica não é pompoarismo’. A fisioterapia pélvica é uma questão de saúde pélvica, reconhecida mundialmente com alto nível de evidência científica na prevenção e tratamento das disfunções pélvicas feminina e masculina”, destaca.

Para Carlyanne, a prevenção e tratamento das disfunções pélvicas precisam ser levados a sério porque eles contribuem, consequentemente, com a saúde mental e emocional de qualquer pessoa. “Uma mulher com a impossibilidade de ter uma relação sexual com seu parcerio, mexe completamente com a parte emocional desse casal. Uma mulher com endometriose, por exemplo, que sofre com dor crônica na região da pelve, vai impactar no trabalho, no casamento, nas amizades porque a pessoa sente dor por 24 horas”, explica.

Além da incontinência urinária e fecal, a fisioterapia também ajuda com a flacidez vaginal, e com os sintomas da menopausa, como lubrificação diminuída, ardência e queimação, atrofia ou frouxidão vaginal, bem como disfunção erétil e ejaculação precoce para os homens.

Por fim, Carlyanne aconselhou sobre alguns cuidados que as mulheres devem adotar em sua rotina na hora da higiene íntima:

  1. Não lavar ou fazer bucha na região da vagina para não tirar a flora vaginal. O canal vaginal é autolimpante;
  2. Sempre, após o ato sexual, fazer xixi. A uretra, vagina e ânus são muito próximos e durante o sexo pode haver contaminação e a urina vem com um poder de limpar a uretra evitando infecções;
  3. Durma sem calcinha, dessa forma você deixa essa região respirar. O ideal é não deixar a sua região íntima abafada e úmida (tudo que os fungos e bactérias adoram).

Carlyanne Rodrigues: "Vamos, mais uma vez, esclarecer: 'meninas, fisioterapia pélvica não é pompoarismo'. A fisioterapia pélvica é uma questão de saúde".